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parkinson

leia o artigo publicado no neurology® 

Leia o artigo publicado no Neurology®, a maior revista de neurologia do mundo, pelo Dr Gustavo Franklin, que descreve de maneira poética, sensível e bonita, a jornada do paciente com Parkinson, desde os primeiros sintomas, o diagnóstico, e depois pelas fases do luto que passa, pela negação, luta, barganha, depressão e finalmente aceitação, até que encontra inspiração em uma outra pessoa que o motiva e o motiva a enfrentar o mundo.

Uma carta de um sábio homem com Parkinson

(tradução livre do autor, Gustavo Leite Franklin, do artigo publicado no Neurology:

 DOI: 10.1212/WNL.0000000000207660)

 

Autor: Gustavo L. Franklin, M.D., Ph.D.

 

Nas sombras, eu fico por um tempo.

Mal percebo minha mão tremer,

mas eles falam sobre isso às vezes.

Então, na escuridão, eu devo permanecer.

 

O barbudo de branco, deu-lhe um nome.

Doença de Parkinson, ele disse prontamente.

Eu nunca entendi de verdade, mas, por dentro,

meu coração sangrou dolorosamente.

 

Do tremor, comecei a enrijecer.

Preso no chão, parece que não sou capaz.

É difícil mexer, comer, dizer eu te amo.

Então, simplesmente, eu não falo mais.

 

Eu nunca escolhi estas limitações,

Por que isto está acontecendo assim?

Eu quero gritar, todo mundo está errado.

Será efêmero, você verá chegar ao fim.

 

Procurei então um remédio que me curasse.

O médico me disse que isso não existe.

Plantas, protocolos personalizados, drogas ilícitas,

Tomava o que qualquer um insistisse.

 

Agora, eu me encontro cheio de desespero.

Não existe tal luz para abraçar.

Se nenhum remédio pode resolver,

Meu destino inevitável, devo aceitar.

 

 

 

Então, em uma tarde nublada e cinzenta,

recebi uma carta à moda antiga, escrito:

“Você pode tudo, recomponha-se,

há um grande mundo belo e infinito.”

 

Em suas palavras, um sábio homem com Parkinson

Me contou cuidadosamente a história de sua vida,

Inesperadamente, aquilo me encheu de esperança,

Era também um pouco da minha, mas já esquecida.

 

Então eu percebi, o dia não estava tão nublado.

Posso desconstruir essa escuridão crescente,

Eu sou um homem com uma doença.

Mas eu não sou um homem doente!

 

Se meras palavras puderam abrir meus olhos,

tanto cuidado eu também poderia espalhar!

Quantos outros ainda velados pelo preconceito?

Eu carrego, agora, uma fé que também posso compartilhar.

 

Aquela luz que não via, agora está em minhas mãos.

A cada oportunidade, a liberdade, eu clamo.

Eu tenho algumas limitações, de fato,

Mas eu continuo podendo dizer “eu te amo”.

 

 

Uma carta de um sábio homem com Parkinson

(tradução livre do autor, Gustavo Leite Franklin, do artigo publicado no Neurology:

 DOI: 10.1212/WNL.0000000000207660), todos os direitos reservados.

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